Cerca de 2300 anos atrás, Platão questionou-se: O QUE É A VERDADE PARA TODOS?
Ele refletiu que verdade chegaria até nós por caminhos enganosos sendo Sentido e Razão. E enviando seu personagem Sócrates ao templo de Apolo, leu “Conhece-te a ti mesmo”, sendo assim estipulou que a verdade está dentro de cada um.
Foi aí que veio a questão mais fundamental das suas indagações: Se a verdade está dentro de cada um, se, como mortais, não somos seus geradores, e ainda assim ela chegou dentro de nós, QUEM A COLOCOU ALI?
Platão se preocupava muito com A Verdade, em como ela é perfeita e eterna, e portanto não poderia ser achada no mundo material, que é imperfeito e constantemente em mudança. Para ele, as pessoas precisam tanto quanto possível, libertar-se da preocupação com a matéria para que possam avançar em direção ao bem. Encontramos referências disso em “A república”.
Já Aristóteles, que também acreditava que as verdades são ‘substâncias’ imateriais, acreditava que o mundo intangível penetra no mundo sensível, e então as ‘substâncias’ estão também nas coisas materiais.
Um professor do SENAC uma vez me disse: Tanto Platão como Aristóteles são considerados metafísicos quanto à gênese divina do Conhecimento e da Verdade, mas o que usamos para diferenciar a filosofia de cada um é o método de descobrir a Verdade. Para Platão, que é um racionalista, a Razão independe da experiência deste mundo e o conhecimento verdadeiro deve ser buscado dentro de cada um de nós, por meio de análises que partem de verdades gerais inatas, que sabemos porque sabemos, que são imodificáveis, e que somente depois conseguimos deduzir os conhecimentos mais específicos sobre o que é real. Para Aristóteles, que é um empirista, o conhecimento verdadeiro procede da experimentação e observação do mundo, das coisas materiais, e das suas características, e delas indutivamente chegamos às verdades gerais, fazendo uso da razão como ferramenta da Lógica através das experiências.
Gosto de comparar tudo isso com Paulo, ele viveu mais de 3 séculos depois da morte de Platão e Aristóteles, e escreveu 13 dos 27 livros do Novo Testamento da bíblia cristã. Mesmo que deixemos o criacionismo para próximas conversas, Paulo por quem foi, registrou muito dos seus pensamentos e hoje temos acesso a sua filosofia.
Antes de ser Paulo o escritor das famosas cartas às igrejas cristãs, ele foi Saulo de Tarso, um judeu erudito, educado pelos mais famosos rabinos (e que não gostava nenhum pouco do Tal ‘nazareno’** dos próximos episódios).
Paulo estudou pensadores gregos, e como sabemos disso? Ele viveu no império romano e além disso, pode haver uma imensa ligação aqui:
“Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12:1,2 (escrito por Paulo)
A carta era direcionada aos romanos cristãos. Roma invadiu a Grécia em 146 AC, estabelecendo o período greco romano que durou até aproximadamente 330 DC. Na época de Paulo os romanos tinha grande admiração pelos gregos, até Nero se apresentou nos jogos Olímpicos em 66 DC, em 67 ele declarou a liberdade dos gregos. A cultura romana foi influenciada pela grega, e obviamente muitos romanos conheciam os famosos pensadores.
Então perguntamos aqui: O que é o culto racional? Aquele que independe da experiência desse mundo? Aquele que utiliza pensamentos abstratos, e que busca a verdade dentro de nós? Paulo estudou Aristóteles também, mas Aristóteles falava que o verdadeiro conhecimento procederia da experimentação e observação do mundo, para daí chegar às verdades, mas Paulo disse que a experiência vem depois do entendimento, então Paulo estava apenas dizendo que deveríamos pensar mais como Platão do que como Aristóteles?
Paulo influenciou enormemente a formação da igreja cristã, e muito do que as inúmeras igrejas cristãs atuais são nesta era, têm os fundamentos de Paulo que viveu a milênios, mas esses mesmos fundamentos se iniciaram séculos antes dele mesmo, talvez o próprio Platão tenha embasado seus discursos em referências muito mais antigas.