Será que a maioria dos cientistas são ateus?

Uma disputa que acontece com frequência nos meios acadêmicos e religiosos. Porque um cientista não pode crer em uma força, que criou a vida e rege o universo? E porque um criacionista não pode acreditar no Big Bang, Multiversos e evolução? Ciência e fé não combinam?

Nas últimas semanas, ouvi com frequencia de alguns religiosos, que cientistas teístas são exceções raras, e de forma generalizada quase todos os evolucionistas seriam ateus. No entanto tive a oportunidade de observar muitos seguidores da ciência que se dizem teístas. E como bom cientista que sou, fui atrás de dados reais.

É um mito, extremamente falso, dizer que cientistas não acreditam em Deus.

Basicamente a ciência nunca provou que Deus não existe, apesar de também nunca ter provado que Ele existe.

Existem estudos que investigam a espiritualidade como uma chave para se entender o funcionamento da mente humana. A psicologia diz que a crença no eterno surgiu e serviu, para o homem superar seus dramas, como forma de compreender o fenômenos e exercer influências sobre eles, desde os primórdios. A genética até cita o gene da fé, no mapeamento genético, responsável por estabelecer o percentual de crença que as pessoas com este gene ativo possuem. Mas realmente acreditar em evolução é contestar a criação?

#PESQUISAS

Como a ciência e a religião ‘evoluíram’ no decorrer da história, a pergunta é recorrente em diversas épocas: A maioria dos cientistas são ateus?

O psicólogo J. H. Leuba realizou um estudo em 1916, e repetiu sua pesquisa em 1933. Foram interrogados 1000 cientistas de áreas diferentes, escolhidos aleatoriamente. Leuba pesquisou estatisticamente a fé dos cientistas em um Deus que responde à prece e promete a imortalidade. Dos 1000 entrevistados, 400 foram classificados como grandes cientistas.

  • 42% Acreditavam com certeza
  • 42% Não acreditavam com certeza
  • 16% Possuíam dúvidas

Quanto a vida após a morte o número é mais interessante:

  • 51% Acreditavam com certeza
  • 20% Não acreditavam com certeza
  • 29% Possuíam dúvidas

Desde o início do século 19 até hoje houveram muitos avanços científicos e religiosos, e para tirar a pulga de trás da orelha, a pesquisa foi repetida em 1998, somente com cientistas norte americanos, por Larson e Withman, que publicaram os resultados na revista Nature.

  • 39% Acreditavam com certeza
  • 45% Não acreditavam com certeza
  • 16% Possuíam dúvidas

A questão é que estas pesquisas foram feitas demograficamente isoladas, assim como muitas outras que ocorreram na década de 90, portanto não podemos utilizá-las como ‘verdade’ para toda a comunidade científica ou teísta.

Em 2015, pesquisadores da Universidade Rice, entrevistaram 9.422 cientistas em oito regiões do mundo: França, Hong Kong, Índia, Itália, Taiwan, Turquia, Reino Unido e EUA. E imaginem só, a suposição de que a maioria dos cientistas são ateus foi contestada. Esta foi a primeira pesquisa de nível mundial. A equipe de pesquisa viajou para vários locais, garantindo a veracidade das respostas obtidas.

A principal autora da pesquisa, Elaine Howard Ecklund, afirmou que “Mais da metade dos cientistas na Índia, Itália, Taiwan e Turquia se auto identificam como religiosos,”

Em Hong Kong foram 39%, e no Reino Unido -um dos locais mais seculares que foram estudados- 68% dos cientistas, já nos Estados Unidos este número é de 71%.

#VAMOS AOS NOMES

O gênio Leonardo da Vinci, cientista de inúmeras áreas, entre elas dinâmica, anatomia, física, óptica, biologia, hidráulica e até mesmo aeronáutica.

Blaise Pascal, filósofo e matemático, pai da hidrostática e um dos fundadores da hidrodinâmica.

Robert Boyle, pai da química moderna.

Galileu Galilei, físico, astrônomo e inventor do telescópio.

Isaac Newton, fundador da física clássica escreveu:

“A maravilhosa disposição e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode. Isto fica sendo a minha última e mais elevada descoberta”.

James Joule, fundador da termodinâmica como disciplina científica.

John Dalton, pai da teoria atômica moderna.

Gregor Mendel, pai da genética, e esse era criacionista, totalmente contra às ideias evolucionistas de Darwin.  Fez as suas experiências com ervilhas nos terrenos do mosteiro de que era abade.

Louis Pasteur, que derrubou a teoria da geração espontânea e desenvolveu vacinas para combater muitas doenças.

Descartes foi cristão.

Leibniz escreveu uma obra denominada Teodicéia (“Justificação de Deus”) contra o ateísmo.

Platão e Aristóteles, que viveram antes de Cristo, apresentaram inúmeras provas da existência de Deus, com argumentos puramente racionais.

Kepler não teve receio em falar de Deus nos seus escritos.

Copérnico, reintroduzir moderno do sistema heliocêntrico, era clérigo.

Wernher Von Braun, Ph.D. em ciências da aeronáutica e do espaço e, ex-diretor do Marshall Space Flight Center da NASA afirmou que:

Um olhar através dos vastos mistérios do universo, apenas confirma nossa fé na certeza do Criador. Acho difícil compreender um cientista que não reconhece a presença de uma racionalidade superior por trás da existência do universo, tanto quanto seria difícil compreender um teólogo que negasse os fatos da ciência”.

O astrônomo alemão, William Herschel (1738-1822), descobridor do planeta Urano relatou:

“Quanto mais o campo das ciências naturais se dilata, tanto mais numerosas e irrefutáveis se tornam as provas da eterna existência de uma Sabedoria criadora e todo-poderosa”.

O físico italiano, inventor da pilha elétrica, de cuja o nome derivou a palavra voltagem, Alessandro Volta (1745-1827) deixou um testemunho de suas crenças:

“Submeti a um estudo profundo as verdades fundamentais da fé, e […] deste modo encontrei eloqüentes testemunhos que tornam a religião acreditável a quem use apenas a sua razão”.

William Thompson Kelvin (1824-1907), físico britânico, o real pai da termodinâmica e descobridor de muitas outras leis da natureza:

“Estamos cercados de assombrosos testemunhos de inteligência e benévolo planejamento; eles nos mostram através de toda a natureza a obra de uma vontade livre e ensinam-nos que todos os seres vivos são dependentes de um eterno Criador e Senhor”.

É de Thomas Edison a frase:

“Tenho […] enorme respeito e a mais elevada admiração por todos os engenheiros, especialmente pelo maior deles: Deus!”.

Guglielmo Marconi (1874-1937), físico italiano, inventor do telégrafo sem fio, prêmio Nobel em 1909:

“Declaro com ufania que sou homem de fé. Creio no poder da oração. Creio nisto não só como fiel cristão, mas também como cientista”.

André Marie Ampère (1775-1836), físico e matemático francês, descobridor da lei fundamental da eletrodinâmica, cujo nome deu origem ao termo amperagem:

“A mais persuasiva demonstração da existência de Deus depreende-se da evidente harmonia daqueles meios que asseguram a ordem do universo e pelos quais os seres vivos encontram no seu organismo tudo aquilo de que precisam para a sua subsistência, a sua reprodução e o desenvolvimento das suas virtualidades físicas e espirituais”.

John Ambrose Fleming (1849-1945), físico britânico, descobridor da válvula e do diodo:

“A grande quantidade de descobertas modernas destruiu por completo o antigo materialismo. O universo apresenta-se hoje ao nosso olhar como um pensamento. Ora, o pensamento supõe a existência de um pensador”.

Carl Gustav Jung (1875-1961), suíço, um dos fundadores da psicanálise:

“Entre todos os meus pacientes na segunda metade da vida, isto é, tendo mais de 35 anos, não houve um só cujo problema mais profundo não fosse constituído pela questão da sua atitude religiosa. Todos, em última instância, estavam doentes por terem perdido aquilo que uma religião viva sempre deu aos seus adeptos, e nenhum se curou realmente sem recobrar a atitude religiosa que lhe fosse própria”.

Até Albert Einstein deixou sua visão:

“Todo o profundo pesquisador da natureza deve conceber uma espécie de sentimento religioso, pois não pode admitir que seja ele o primeiro a perceber os extraordinariamente belos conjuntos de seres que contempla. No universo, incompreensível como é, manifesta-se uma inteligência superior e ilimitada. A opinião corrente de que sou ateu baseia-se num grande equívoco. Quem a quisesse depreender das minhas teorias científicas, não teria compreendido o meu pensamento”.

#E AGORA?

Será que evolução e criação combinam?

A ciência fala de dimensões inacessíveis aos seres quadridimensionais, fala de partículas que estão em toda a parte no universo. Um universo que pode ter origem em multiversos. Um infinito cosmo que surgiu da explosão de um ponto menor que a cabeça de um alfinete. Planetas que são basicamente bolas de rocha e metais, e giram ao redor de outras bolas de gases, que estão a milênios em combustão. A ciência fala de anos de evolução da poeira cósmica, como diria Carl Sagan, evolução que estabeleceu células que se agrupam em combinações muito similares no começo da gestação de um mamífero, mas que logo em seguida se transformam em outra combinação tão exata e perfeita para criar um ser vivo, evoluído a partir de seu ancestral, perpetuando as gerações de cada espécie.

Essa ciência fala que somos tão incrivelmente grandes para sermos considerados seres inteligentes, e ao mesmo tempo tão pequenos que a alguns anos luz de distância, ainda dentro do nosso sistema solar, nosso planeta se torna um pontinho azul em uma imensidão de outros pontinhos.

A ciência fala de coisas inacreditáveis, impactantes, impossíveis. Tão impossíveis quanto um Deus que habita em uma dimensão fora das dimensões conhecidas pelo homem, e que está em toda parte, de um Deus que criou todo o espaço material a partir do nada (com ou sem explosões), que dizem as histórias, estabeleceu o dia e a noite, e firmou os astros do céu (sol e lua?), e que do pó criou o homem a milhares de anos atrás.

Por que não?

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